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Estrangeiras crescem em tratores no país

20-02-2015

Carine Ferreira De São Paulo
Mesmocom odesaquecimento do mercado brasileiro de máquinas agrícolas em 2014, as empresas estrangeiras de tratores que desembarcaram no país nos últimos anos registraramcrescimento nas vendaseestão otimistascomacomercialização de seus produtos em 2015. O desempenho foi positivo no ano passado porque essas empresasfocaram suaatuaçãoem tratores de menor potência, cujas vendas avançaram. A sul-coreanaLS Mtroninaugu rou em outubro de 2013 sua unidade brasileira, em Santa Catarina, a primeira de tratores do grupo (divisão LS Tractor) fora da Ásia. No país, a LS vendeu no ano passado quase dois mil tratores (1,93 mil unidades), ante 600 unidades em 2013,quando amaiorparte dacomercialização foi feitacom produtos importados. O faturamento em 2014 foi de R$ 220 milhões. Nesteano,a expectativaéqueas vendas atinjam em torno de 2,5 mil unidades, afirmaAndré Rorato, diretor comercial e de marketing daLS MtronBrasil. Aempresa sul-coreana investiu no país R$ 150 milhões —R$80 milhõessomente na fábrica, que tem capacidade instalada de 5 mil unidades por
ano. A LS Mtron Brasil comercializatratoresde37 a105cavalosde potência, voltados principalmente à agricultura familiar. Ao mesmo tempo em que há boas perspectivaspara omercado de tratores no país, Rorato observa que existe preocupação sobre o futuro dos programas governamentais, como o Mais Alimentos (linhadecrédito voltadaaagricultores familiares) e o Moderfrota (linha de financiamento do BNDES para aaquisição de máquinas agrícolas), oque poderiaimpactar as vendas. A razão para o temor é que cerca de 70% das vendas de tratores da LS Mtron são feitas por meio do Mais Alimentos. E a tendência é que esse percentual não se altere muito, avalia Rorato. O segmentode agriculturafamiliarfoio quemaisdemandounovos tratores para o campo em 2014. Conformea Anfavea,associaçãoque representa as principais empresas do setor, a comercialização de tratores com até 80 cavalos de potência representou 51% do total vendido em 2014, ante 42% em 2013. Outra empresa que aposta na demanda firme da agricultura familiar é a indiana Mahindra, considerada a maior produtora mundial de tratores em unidades, com cerca de 250 mil máquinas por ano. A companhia de
sembarcou no país de forma tímida, no fim de 2012, mas quer crescer no mercado brasileiro. A meta para 2015 é chegar a 5% de participação no mercado de tratores deaté 95 cavalosde potência na região Sul, segundo EgissonLoreto, diretorda fábricada Mahindra em Dois Irmãos (RS). Em 2013, a Mahindra vendeu volume pequeno no país (menos de 200 unidades) e as máquinas foram importadas. O volume subiu para mais de 400 unidades em 2014,quando aempresacomeçou a produzir no Brasil.Este ano, Loreto acredita que as vendas podem passar de 1 mil unidades, em uma estratégia mais “a g r e s s i v a”, com maior produção e abertura de novos concessionários. No segundo semestre, a Mahindra deve começar a fabricar mais dois modelos de tratores no país — de 50 e 70 cavalos de potência (cv),que se somarão aos atuais de 80 e 92 cv. A unidade industrial em Dois Irmãos(RS) éaprimeira detratores da Mahindra fora da Ásia, com capacidadepara produzir2 miltratores porano.Mas umafábrica maior para a produção de até 10 mil tratores por ano deve ser construída em 2016, afirma Loreto. Além de crescer no mercado do Sul do Brasil, a Mahindra
espera atingir outrasregiões, como São Paulo e Espírito Santo em 2016. A empresa também planeja produzir tratores maiores. A italiana Argo Tractors, com a marca Landini, é outra que prevê ampliar suas vendas no Brasil este ano. A empresa começará a produzirno paísentre abrile maiodeste ano, emContagem (MG),mas apenas tratores direcionados a testes
nocampo. Aprevisãoéque nosegundo semestre, aArgo comece a produzir tratorespara comercialização no Brasil. Serão dois tipos, com cinco potências diferentes, de 115a185 cavalos,segundoRicardo dos Santos Vianna, diretor de operações da Landini no Brasil. A empresa italiana atua no país desde 2006. No ano passado, vendeu cercade 80 unidades
importadas no mercado brasileiro. A expectativa,para 2015, é comercializar cerca de 250 tratores fabricados no país e mais 80 unidades importadas. A estimativa é chegar nos próximos anos a uma comercialização de 2 mil unidades no Brasil. Uma nova fábrica, maior, deverá ser construída em três a cinco anos, de acordo com Vianna.